quarta-feira, 10 de março de 2010

Aus das Tief

Num mero dizer do que possa se fazer
Nem mesmo o dito cujo poderia então limpar
É aquele incomodo e escuro lugar, sempre sujo
É a imersão numa incapacidade de se ter algo
Uma realidade que pode ser simplesmente alterada
Eu gostaria de sair daqui de dentro
Não quero mais essa fétida escuridão
Nada aqui me serve, e a essa profunda solidão
Como gostaria agora de poder lhe segurar em meus braços

Estou preso!
Preso por ilusórias correntes de ar
Travando aqui uma batalha perdida contra o que me segura
Dizendo então eu vou
Pois a boca do mundo é repleta de dejetos
Humanos objetos
E pra onde isso tudo irá
Serei eu aqui a ter que levar para fora dessa escura e preta
Preta caixa jogada no meu quarto
Os segredos sombrios do mundo
Os imundos pensamentos profundos
De um lugar onde nada mais é
Onde nada mais pode
Onde apenas existe um pensamento restante
É apenas uma saída de emergência, apenas
Aquele lugar em que sou constante.

1 comentários:

Lídia Borges 25 de março de 2010 às 14:56  

A inquietação do poeta inconformado.

L.B.

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