quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Teria eu tido asas?

Daqui não vejo mais ninguém
Escuridão
O tempo não existe
O real é abstrato demais para ser acreditado

Daqui onde estou não vejo a luz do dia
Mas num momento de vislumbre sua luz me tocou
Um breve instante que moveu meus ponteiros
Luz

Já tive asas?
Alias, porque uso tempos verbais na falta de tempo?
O que é passado ou futuro, presente...

Daqui de onde te vejo só vejo a sua luz
Sigo o caminho pra cima, na saída do poço da solidão
De onde tentei de maneira vã
Sair de mim mesmo, escapar da minha própria escuridão

Meu pavio está sem fogo
Minha luz foi roubada, bem como minhas asas
Mas aparentemente isso foi (ou é) algo irreal
Você me viu pela minha luz, que acreditei que já tivesse esvaído
O buraco era nada mais que a escuridão da minha vida
Se fazendo presente e forte
Obscurecendo pensamentos
Me cegando pro tempo
Me fazendo perecer

Daqui agora vejo o mundo
Não mais tenho medo do escuro
Daqui vejo você
Que veio como um fósforo me reacender
Daqui vejo você
Pois com seu abraço, mesmo cego, eu nunca iria me esquecer.




No momento em que levo ao céu
Você me mostra sua luz
No momento que estamos em terra
Você fortalece a minha

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