sábado, 27 de março de 2010

Um estranho, desconhecido caminho

Eu não queria entrar
Não queria nem mesmo passar ao lado daquela escura e estranha passagem
Mas mesmo assim me aproximei
Fiz-me valente ao enfrentar o que não era meu medo
Tentei desvencilhar-me daquilo que ficou impregnado
Um vácuo parecia querer me prender quando eu consegui ver uma luz
Bem ali naquele monte de sombras mórbidas
Eu segui aquela direção, mas de repente, fui pego com um golpe na cabeça
Sem saber de onde ele vinha me descobri novamente perdido
E sem ter mais pra onde voltar sentei,
E chorei

 
 
 
 
 
 
Agora eis me aqui dizendo palavras perdidas
Sem mesmo pensar em como sair
Ao mesmo tempo em que sou levado em direção a um perigo iminente
Sinto um estranho e sádico prazer
Sádico prazer para sentir dor
Açoitando somente aquilo que me resta para manter a lucidez
E minha visão turva-se quando tenta distinguir imagens
E meu passo já não mais cabe em chão algum
Estou novamente no seu rastro
Sua luz brilha onde minha presença se faz.
 
 
 
 
 
 
Estarei sempre enfrentando monstros não por mim criados
Levarei sempre essa luta adiante
Até que me peçam, para baixar minhas armas
Muito sangue já foi jogado fora.

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Aus das Tief

Num mero dizer do que possa se fazer
Nem mesmo o dito cujo poderia então limpar
É aquele incomodo e escuro lugar, sempre sujo
É a imersão numa incapacidade de se ter algo
Uma realidade que pode ser simplesmente alterada
Eu gostaria de sair daqui de dentro
Não quero mais essa fétida escuridão
Nada aqui me serve, e a essa profunda solidão
Como gostaria agora de poder lhe segurar em meus braços

Estou preso!
Preso por ilusórias correntes de ar
Travando aqui uma batalha perdida contra o que me segura
Dizendo então eu vou
Pois a boca do mundo é repleta de dejetos
Humanos objetos
E pra onde isso tudo irá
Serei eu aqui a ter que levar para fora dessa escura e preta
Preta caixa jogada no meu quarto
Os segredos sombrios do mundo
Os imundos pensamentos profundos
De um lugar onde nada mais é
Onde nada mais pode
Onde apenas existe um pensamento restante
É apenas uma saída de emergência, apenas
Aquele lugar em que sou constante.

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